Kung Fu em foco

 No Ving Tsun, os últimos conteúdos técnicos que se tem acesso são os instrumentos, sim, instrumentos, não armas. A escolha da palavra instrumentos em vez de armas pode ser explicada pela seguinte definição:

Instrumento: Verbo ou Substantivo 

O que é Instrumento:

É tudo aquilo que serve para auxiliar ou realizar um tipo de tarefa ou serviço

Arma: Verbo ou Substantivo 

o que é Arma:

Qualquer instrumento que possa ser usado para defesa ou ataque.

Nesta semana tive a oportunidade de fazer minha sessão com Mestre Sênior Julio Camacho, mas, o que foi incrível, eu não toquei nas facas. Meu telefone foi meu instrumento. Com ele, fiz fotos para compartilhar com meus irmãos Kung Fu este momento, gerei registro, e, estudei o "Do". Sabemos que "Baat Jaam Do" não é um instrumento simples; basicamente para cada gesto que se faz existem 8 possibilidades de ser atacado. Entendo que a habilidade que se desenvolve ao estudar este domínio é a de tomar a decisão mais adequada em um cenário critico, e, sobretudo, saber que haverá consequência. Talvez, a grande habilidade seja entender que independente do que façamos haverá sempre um ponto cego, mas ainda assim, a tentativa é de fazer sempre o melhor, neste caso, o foco, como nesta foto, é crucial. Aproximar a imagem dá uma sensação de "intimidade" e portanto coloca o expectador mais na emoção da cena, o foco na dinâmica da prática empresta um aspecto real ao ambiente que é simbólico. E isto é crucial, levar a experiencia de morte simbólica a sério nos permite "morrer" diversas vezes. Si Fu tem o que chamo de "didatismo marcial", a cada foto apresentada havia uma critica construtiva a ser feita, era preciso atentar ao timing de realizar a foto sem constranger; a luz não estava boa, o enquadramento não representava o que a foto poderia dizer, o gesto limpo que meu colega fez não consegui capturar, enfim. Ao final da prática tive a sensação de que por mais que me esforçasse nada saia bem, nada mesmo.

Duas destas fotos eu fiz, a segunda é a primeira trabalhada pelo Si Fu, o resultado foi fantástico, em menos de dois minutos ajustou a foto e o resultado ficou melhor. Como é possível para ele perceber algo que eu não atentei não sei dizer, mas, justamente por não saber continuo tentando. Esta última foto foi feita por mim depois de todas as orientações de Mestre Sênior Julio Camacho, nela, além do próprio Si Fu, vemos meus irmãos Cristiano Goldeman e André Guerra.